Os dirigentes sindicais têm debatido com a federação dos
bancos o aprimoramento do instrumento e como torná-lo cada vez mais presente
nos locais de trabalho, considerando o seu caráter preventivo e de promoção da
saúde, buscando ambientes de trabalho saudáveis e livres de acidentes e
doenças. Dentre as propostas colocadas na mesa de negociação, destacam-se:
- Redução do prazo de apuração de denúncias, dos atuais 45
dias, para 30 dias, considerando que há bancos que fazem propagandas aos seus
empregados, prometendo resolver os casos de assédio moral com maior brevidade,
desde que seja encaminhado por canal interno do banco;
- Estratificação das denúncias que transitam pelo programa,
sobretudo, pelos canais internos dos bancos, considerando que as denúncias
encaminhadas pelos sindicatos passam por uma triagem prévia e são encaminhadas
quando se tem certeza de que o objeto trata de assédio moral nas relações de
trabalho;
- Consequências para o denunciante: na avaliação semestral
do programa existe a apuração das consequências pela qual sofreu o denunciado.
Mas, também é necessário saber se quem denunciou acabou tendo consequências
aplicadas pelos bancos.
- Modo de apuração das denúncias: questão fundamental para o
fortalecimento do instrumento é a transparência, pelos bancos, sobre os métodos
que utilizam para apurar denúncias que transitam pelo programa, principalmente
questões relacionadas ao assédio moral nas relações de trabalho. Que critérios
de apuração os bancos adotam quando uma denúncia for considerada procedente ou
improcedente? Pergunta que precisa ser respondida.
Por sua vez, a Fenaban tem se mostrado resistente diante das
propostas apresentadas pela representação dos trabalhadores, reclamam os
bancários. Os bancos acabam por não dar respostas objetivas na mesa de
negociação, travando qualquer possibilidade de se avançar nas questões
relativas ao assédio moral. Problema importante no sistema financeiro nacional,
e que se relaciona com outro grande problema, as metas abusivas, impostas sem
diálogo, de cima para baixo, cabendo ao trabalhador cumpri-las a qualquer
custo, mesmo quando esse "custo” seja o comprometimento de sua própria saúde,
destacam os dirigentes sindicais
"Temos cobrado da Fenaban a efetividade no processo negocial
da mesa bipartite de saúde do trabalhador, considerando o caráter que o espaço
negocial possui em aprofundar os temas de saúde, criar consensos e indicar para
a mesa geral da Campanha Nacional as possibilidades de assinatura de acordo
coletivo de trabalho”, destaca Walcir Previtale, secretário de Saúde do
Trabalhador da Contraf-CUT e coordenador da mesa que discute e negocia o
Instrumento de Combate ao Assédio Moral. *Contraf/CUT
Nova negociação referente ao tema está marcada
novembro. |