Dilma ressaltou que o padrão de golpe aplicado a governos
progressistas na região mudou e já não se assemelha ao que ocorreu nos anos
1960-70 e que contou com o apoio dos militares.
Questionada se poderia imaginar que após o golpe parlamentar
que destituiu o ex-presidente Fernando Lugo em 2012 ela seria a próxima
vítima desse tipo de ação, Dilma foi taxativa: "Jamais imaginei. Não acreditava
que no Brasil a cláusula democrática estabelecida dentro do Mercosul e da
Unasul seria violada”.
Para Dilma, "esses processos golpistas podem trazer
consequências imprevisíveis”. Ela disse que "quem está apostando nesses golpes
na América Latina corre o risco de causar uma desestabilização profunda” e não
descarta o risco de uma explosão social na região: "Esses processos golpistas
podem trazer consequências imprevisíveis. E parece que nem os próprios
golpistas sabem o que poderá ser desencadeado no futuro. Lamentavelmente o
preço a pagar será muito alto”.
"Você pode esconder as coisas, mas no fim um golpe é um
golpe. Ninguém pode acreditar que alguém dê um golpe e tudo siga como estava”,
ressaltou.
EUA
Questionada sobre uma possível participação dos Estados
Unidos no processo de impeachment, ela considera que "nesses golpes não existem
essas interferências externas tão claras como nos golpes militares".
"Agora são as próprias forças internas as grandes responsáveis. As elites
dos nossos países não precisam dos Estados Unidos."
Terrorismo
Sobre o suposto grupo terrorista que estaria planejando uma
ação para os jogos olímpicos no Rio de Janeiro, Dilma ressalta: "Não creio que
o Brasil seja objeto de um ataque terrorista, mas é preciso ter cautela, não
podemos descartar as ameaças, então é preciso que haja controles porque vimos o
que ocorreu em Paris, em Nice, por exemplo”.
Protestos
A mandatária lamentou as declarações do ministro interino da
Justiça (Alexandre de Moraes), segundo quem as manifestações convocadas por
grupos contrários ao impeachment se assemelham a uma guerrilha urbana, e disse:
"É típico dos processos golpistas querer calar as manifestações". *Opera Mundi
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