A luta em defesa dos direitos dos trabalhadores ganhou um
novo fórum de resistência nesta sexta-feira (22). Fetrafi-RS, SindBancários e
Sindicatos do Interior lançaram a Campanha em Defesa dos Direitos no fim da
manhã, com caminhada pelo Centro de Porto Alegre e ato em frente à Agência do
Instituto Nacional de Seguridade Social. Durante o trajeto pelas ruas Coronel
Fernando Machado, Borges de Medeiros, Riachuelo, Caldas Júnior, Siqueira Campos
e Uruguai, dirigentes sindicais denunciaram os ataques iminentes aos direitos
trabalhistas, gestados pelo governo interino de Michel Temer.
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O objetivo da Campanha é despertar bancários e trabalhadores
em geral para a importância da luta coletiva neste momento de resistência. A
Campanha também estimula a participação efetiva da categoria no enfrentamento à
política de precarização e corte de direitos.
As conquistas garantidas através da CLT estão em risco
graças a projetos em andamento no Congresso e no Senado Federal. Além da flexibilização,
estas medidas extinguem direitos conquistados com muita luta pela classe
trabalhadora brasileira ao longo das últimas décadas. Entre as mais nefastas
propostas estão a terceirização das atividades fim, que irá precarizar as
condições de trabalho e acabar com a organização das categorias. Outra proposta
crucial para os trabalhadores está relacionada à reforma da Previdência, com
aumento da idade para aposentadoria e extinção do benefício mínimo.
A caminhada de lançamento da Campanha foi encerrada com as
manifestações do diretor da Contraf/CUT, Mauro Salles, do presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo e do diretor da Fetrafi-RS,
Juberlei Baes Bacelo, em frente ao INSS. Os sindicalistas destacaram que
somente a luta unificada de todas as categorias pode evitar os retrocessos previstos
para o período pós-eleições municipais. O teor do Golpe
"O golpista do Temer tem um objetivo que é de serviço às
elites e aos grandes empresários sonegadores, atacando os direitos dos
trabalhadores. O desmonte já aconteceu com a extinção do Ministério da
Previdência, que administrava 21% da receita nacional. Este dinheiro foi
colocado no caixa comum e vocês sabem o que acontece. Aí paga se tiver dinheiro
e se não tiver dinheiro, não paga. Nós não vamos ver isso no Fantástico porque
a Rede Globo está junto no golpe. O ataque está vindo no varejo. Até as
eleições de outubro eles não vão colocar isso no papel, mas ele já está
acontecendo através das demissões”, afirmou o presidente da CUT/RS. "Os
bancários começam a se levantar”, apontou o presidente da CUT-RS, Claudir
Nespolo, ao elogiar a campanha lançada pela Fetrafi-RS e sindicatos filiados.
Segundo ele, "não é verdade que tudo está bem, pois o setor financeiro drena a
produtividade e a renda do país e não repassa para a categoria e a sociedade. Os
ataques à Previdência, à CLT e à Justiça do Trabalho visam desmontar o legado
de proteção social. "Isso não é pouca coisa”, disse Claudir. Ele alertou que
"eles querem arrancar o couro do trabalhador” ao denunciar que "os lacaios do
golpe estão convocando mais de 500 mil trabalhadores doentes para serem
examinados por peritos, que mal olham para a pessoa, mas que irão receber R$ 60
para cada revisão”.
Mais desafios
"Hoje é só o lançamento da nossa campanha e escolhemos
encerrar aqui em frente à Previdência Social para mostrar que os ataques já
começaram, seja com a extinção do ministério, seja na reconvocação daqueles que
provaram os agravos do trabalho e agora não têm o reconhecido o adoecimento. Os
golpistas mentem diariamente quando dizem que a previdência tem déficit e por
isso é preciso fazer a reforma. Todos os especialistas, inclusive auditores da
Receita afirmam que a previdência não tem déficit, mas o que existe é a
utilização de recursos para gestão de outras áreas pelo Governo federal”,
enfatizou o diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo. Luta coletiva
"Temos uma campanha salarial pela frente, mas essa campanha em
defesa de direitos terá maior fôlego e precisamos mostrar a esse presidente
golpista, que ele não vencerá a resistência da classe trabalhadora. Nós aprendemos
que a luta coletiva é que garantiu os nossos direitos. A luta coletiva não
permitiu que os banqueiros arrochassem os nossos salários e será a luta da
classe trabalhadora que vai resistir e derrotar esta visão de que nós temos que
pagar pela crise. Que os bancos paguem pela crise! Que os ricos paguem pela
crise, mas não a classe trabalhadora. A Campanha está lançada. Esperamos que cada
um, cada uma seja responsável para que esta campanha chegue a todas as cidades,
em todos os locais de trabalho, para que cative os bancários e nos tornemos
milhares. Então junto com as demais categorias criaremos a grande resistência
neste país pela manutenção dos nossos direitos”, finalizou o dirigente da
Federação. *Comunicação/Fetrafi-RS
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