Bancos | 14/11/2020 | 11:11:11
Funcionários do Banco do Brasil reivindicam nova proposta de teletrabalho
Proposta apresentada em mesa não foi aceita
 
 

Os funcionários do Banco do Brasil reivindicam melhorias na proposta de teletrabalho apresentada pelo BB em reunião ocorrida na última quarta-feira, 11 de novembro, à CEBB. Os estudos em andamento dentro das unidades devem definir quais funções podem ser realizadas remotamente, a quantidade de funcionários e de dias na semana necessários. Por serem postos de atendimento presencial, salvo situações excepcionais, as agências não entram no acordo.


Segundo a diretora da Fetrafi-RS Cristiana Garbinatto, representante do RS na mesa de negociações, a proposta precisa melhorar em diversos aspectos. "A ajuda de custo é baixa, considerando todos os custos extras que os colegas terão. A diferenciação entre baixa e alta frequência vai gerar distorções, podendo chegar ao cúmulo da ajuda de custo não contemplar ninguém”, avalia.

Além disso, o banco não apresentou data específica de início do acordo, mas, conforme Cristana, ficou claro na reunião que não será antes do fim da pandemia. "O início do acordo precisa ser imediato. A proposta carece de um período de reavaliação, onde poderemos rever os impactos na saúde do trabalhador, no controle da jornada, impactos financeiros, entre outras questões.”

Pela proposta do banco os funcionários cujas funções sejam público-alvo para o trabalho remoto, poderão escolher se optam ou não pelo trabalho remoto. A adesão é voluntária. Entretanto, não escolherão a quantidade de dias semanais, cabendo essa decisão à administração da dependência.

A proposta separa os colegas que aderirem ao home office em dois grupos: quem trabalhará remotamente menos de 3 dias por semana (baixa frequência) e quem trabalhará 3 dias ou mais (alta frequência).

Proposta para os funcionários de baixa frequência:

- Fornecimento de computador ou notebook;

- Suporte técnico;

- Cursos de qualificação para trabalho remoto;

- Metas iguais à dos colegas em trabalho presencial, proibindo a diferenciação;

- Controle da jornada de trabalho através do ponto eletrônico;

- Manutenção do vale-refeição e alimentação;

- Vale-transporte proporcional aos dias trabalhados presencialmente.


Para os funcionários de alta frequência, além dos itens acima, está proposto:

- Ajuda de custo de R$ 80,00 mensais;

- Cadeira;

- Kit ergonômico, composto de almofada para mouse e teclado, suporte para note, headset e descanso para pés (para funcionários menores de 1.65m).

"Muita gente não percebe que modelo misto de trabalho, presencial mais home office, sairá mais caro para os bancários. O colega precisará montar toda uma estrutura em casa (internet, espaço, conta de luz mais cara etc), e precisará manter, concomitantemente, a estrutura para o trabalho presencial”, alerta a diretora da Fetrafi-RS.

"Além disso, não poderá se mudar para uma cidade mais distante e financeiramente mais acessível, por exemplo. Ou abrir mão de ter um carro ou vaga para estacionamento no trabalho. Parte do custo do banco será transferido para o funcionário, mas com retorno financeiro insuficiente”, conclui Cristiana.