Segundo a diretora da
Fetrafi-RS Cristiana
Garbinatto, representante do RS na mesa de negociações, a proposta precisa
melhorar em diversos aspectos. "A ajuda de custo é baixa, considerando todos os
custos extras que os colegas terão. A diferenciação entre baixa e alta
frequência vai gerar distorções, podendo chegar ao cúmulo da ajuda de custo não
contemplar ninguém”, avalia.
Além
disso, o banco não apresentou data específica de início do acordo, mas,
conforme Cristana, ficou claro na reunião que não será antes do fim da
pandemia. "O início do acordo precisa ser imediato. A proposta carece de um
período de reavaliação, onde poderemos rever os impactos na saúde do
trabalhador, no controle da jornada, impactos financeiros, entre outras
questões.”
Pela
proposta do banco os funcionários cujas funções sejam público-alvo para o
trabalho remoto, poderão escolher se optam ou não pelo trabalho remoto. A adesão é voluntária. Entretanto, não
escolherão a quantidade de dias semanais, cabendo essa decisão à administração
da dependência.
A
proposta separa os colegas que aderirem ao home office em dois grupos: quem
trabalhará remotamente menos de 3 dias por semana (baixa frequência) e quem
trabalhará 3 dias ou mais (alta frequência).
Proposta
para os funcionários de baixa frequência:
-
Fornecimento de computador ou notebook;
-
Suporte técnico;
-
Cursos de qualificação para trabalho remoto;
-
Metas iguais à dos colegas em trabalho presencial, proibindo a diferenciação;
-
Controle da jornada de trabalho através do ponto eletrônico;
-
Manutenção do vale-refeição e alimentação;
-
Vale-transporte proporcional aos dias trabalhados presencialmente.
Para
os funcionários de alta frequência, além dos itens acima, está proposto:
-
Ajuda de custo de R$ 80,00 mensais;
-
Cadeira;
-
Kit ergonômico, composto de almofada para mouse e teclado, suporte para note,
headset e descanso para pés (para funcionários menores de 1.65m).
"Muita
gente não percebe que modelo misto de trabalho, presencial mais home office,
sairá mais caro para os bancários. O colega precisará montar toda uma estrutura
em casa (internet, espaço, conta de luz mais cara etc), e precisará manter,
concomitantemente, a estrutura para o trabalho presencial”, alerta a diretora
da Fetrafi-RS.
"Além
disso, não poderá se mudar para uma cidade mais distante e financeiramente mais
acessível, por exemplo. Ou abrir mão de ter um carro ou vaga para estacionamento
no trabalho. Parte do custo do banco será transferido para o funcionário, mas com
retorno financeiro insuficiente”, conclui Cristiana.
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