Movimento Sindical | 05/09/2019 | 16:09:35
Assembleia Legislativa homenageia os 40 anos da greve de 79
Grande Expediente proposto pela deputada Sofia Cavedon relembrou o momento histórico da categoria bancária
 
 

A deputada Sofia Cavedon (PT) homenageou os bancários e bancárias do estado nesta quinta-feira, 5 de setembro, ao relembrar a histórica greve de 1979. A homenagem ocorreu no período do Grande Expediente, que antecede a sessão plenária da Assembleia Legislativa.

A diretora Denise Falkenberg Corrêa representou a Fetrafi-RS na mesa de honra, que contou também com a presença do ex-governador Olívio Dutra, que participou da greve; do presidente do SindBancários Porto Alegre e Região, Everton Gimenis; o secretário de comunicação da CUT-RS e também bancário, Ademir Wiederkehr; e a professora Abigail Pereira, representando o senador Paulo Paim.

Sofia contextualizou o período em que diversas greves eclodiam no estado. Para os bancários, a paralisação teve início no dia 5 de setembro, com uma pauta de reivindicações que incluía, entre outras coisas, 86% de aumento salarial e retroação da data-base para 1º de setembro.

Era um período de intolerância, de ditadura, e 16 dirigentes sindicais foram presos, entre eles Olívio Dutra. Entretanto, os bancários mantiveram a greve e entidades de diversas categorias realizaram um grande ato em apoio aos presos, que ganharam a liberdade em 21 de setembro.

Apartes

Filha de Tarso Genro - à época advogado da categoria –, a deputada Luciana Genro (Psol) destacou a importância do movimento. "A greve é uma ferramenta fundamental da classe trabalhadora para se fazer ouvir”, enfatizou.

Pepe Vargas (PT), que no período militava na União Nacional dos Estdantes (UNE), enfatizou o legado deixado pela greve de 79. "É importante destacar o caminho que os bancários fizeram, mostrando que era possível para a classe trabalhadora lutar pelos seus direitos, pois na época, greve era um tabu”, afirmou. Os deputados Rodrigo Lorenzoni (DEM) e Elton Weber (PSB) também fizeram apartes e defenderam a democracia e a valorização dos trabalhadores.

Tempos difíceis

Para Sofia Cavedon, os tempos difíceis que culminaram com as greves e a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) voltaram. Ela citou como exemplos as ameaças ao Banrisul, que tem sido fatiado e vendido aos poucos, e a Medida Provisória 873/2019 que tentou acabar com a cobrança em folha da contribuição sindical.

"Os 40 anos da ‘greve proibida’ nos fazem lembrar da importância da luta. E os sindicatos são instrumentos dessa luta. É preciso reafirmar o Brasil democrático”, ressaltou a deputada, que finalizou agradecendo a Olívio Dutra e os demais bancários grevistas que se encontravam nas galerias da Assembleia por terem arriscado suas vidas em nome da liberdade.