Movimentos Sociais | 31/05/2019 | 15:05:52
Multidão encara chuva e faz ato contra cortes na educação superar o do Parcão
Bancários participaram do ato e protestaram contra a reforma da Previdência
 
 
O frio e a chuva que não deram trégua durante todo o dia em Porto Alegre não contribuíram, mas uma multidão tomou as ruas no final da tarde desta quinta-feira (30) para protestar contra a reforma da Previdência e os cortes na educação promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Representantes de sindicatos dos bancários de Porto Alegre e outras regiões próximas, como o Vale do Paranhana, participaram do ato. Outras entidades da categoria, como a Fenae e a Apcef, também levaram representações.

"Tem mais ou menos gente do que no dia 15?”. Em uma era em que tudo é comparação, é difícil precisar se as milhares de pessoas que lotaram a Esquina Democrática, avançando até a Borges de Medeiros, somavam um contingente maior do que aquele que participou da grande manifestação com o mesmo tema no dia 15 de maio, mas permitia dizer que estavam em número superior àquelas que foram ao Parcão em apoio ao governo na ensolarada tarde do último domingo (26).

A história do ato desta quinta precisa ser contada em duas partes. Enquanto uma parte dos manifestantes começou a se concentrar e a lotar a Esquina Democrática, ponto de encontro da convocação do ato no Centro, a partir das 17h, outro contingente numeroso se reunia simultaneamente na frente da Faculdade de Educação (Faced), no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Perto das 18h, esse segundo grupo, liderado por um pequeno caminhão de som, iniciou uma primeira caminhada do local em direção à Esquina, puxando palavras de ordem como "Não vai ter corte, vai ter luta” e "A nossa arma é a educação, a nossa arma é edu-ca-ção”. À frente eles, um grupo de jovens fazia uma encenação simbolizando os cortes na educação e na Previdência, liderados por um deles fantasiado de Edward Mãos de Tesoura com uma faixa presidencial.
 


Ao passar pela Rua Lima da Silva, os estudantes pediram aos moradores que acompanhavam o ato em seus apartamentos que piscassem a luz em apoio, sendo correspondidos por um número não muito grande de janelas. Quando essa primeira caminhada passou sob o viaduto Otávio Rocha, na Av. Borges de Medeiros, já era possível perceber que, mesmo tratando-se de apenas uma das duas partes do ato, o contingente já era grande.

Ao chegar na Esquina Democrática, esse grupo vindo da UFRGS encontrou a segunda parte do ato, que reunia outras milhares de pessoas e contava com o apoio de um caminhão de som, de maior porte, coordenado pelo Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) e pela União Nacional dos Estudantes (UNE). "Unificou, unificou, estudante, trabalhador e professor” cantava a multidão que a essa altura já percorria um espaço que tomava a Esquina Democrática em todos os sentidos e se estendia até a esquina da Borges com a Salgado Filho. Unificado, o ato seguiu então com poucas falas e diversos cantos, animados por uma série de grupos de estudantes com instrumentos. Na pauta, também, cantos contra a reforma da Previdência. "O Bolsonaro, vai se f…, eu não vou trabalhar até morrer”.

Fonte: Sul 21, com informações da Assessoria de Comunicação da Fetrafi-RS
Leia matéria completa de Luís Eduardo Gomes no Sul21