Bancos | 12/09/2018 | 19:09:24
Bolo e balões na praça festejam 90 anos do Banrisul e a luta para manter público o grande banco gaúcho
Ato em homenagem ao banco foi realizado na Praça da Alfândega, em frente à sede do banco, no Centro Histórico de Porto Alegre
 
 
"Por que as tentativas continuadas destes governo neoliberais de privatizar o Banrisul, um banco público que dá lucro e grande retorno ao estado? Eu vou responder: para dar lucros aos banqueiros privados”. As frases do diretor do SindBancários Jailson Bueno Prodes deram o tom de festa e de luta pelos 90 anos de existência do Banrisul público, comemorados ao meio-dia desta quarta-feira, 12/09, na Praça da Alfândega em frente à sede do banco, no Centro Histórico de Porto Alegre.
O dia ensolarado ajudou o festejo de aniversário do banco, reunindo dezenas de bancários, sindicalistas, banrisulenses, políticos e passantes em geral que se reuniram para ouvir as falas dos participantes, admirar a revoada de balões azuis e brancos, com as cores do banco, e comer uma fatia dos bolos de aniversário preparados pelo Sindicato.

História de ataques ao banco

"Esta revoada de balões em frente ao prédio do banco representa que o Banrisul continua livre e é uma propriedade do povo gaúcho e não do grande capital financeiro”, disse o presidente do SindBancários, Everton Gimenis. Ele recordou a História e a forte resistência dos bancários, que continuam garantindo a propriedade pública do grande banco do desenvolvimento estadual. "Nos anos 90, durante a grande privataria promovida pelo governo FHC, Sartori era o líder do privatista Antonio Britto na Assembleia Legislativa, e já tentava entregar o banco dos banrisulenses e da população. Governos como o de Yeda também começaram a fatiar o banco, para ir reduzindo seu tamanho e importância, mas o Sindicato, a Fetrafi e outras entidades e forças políticas se mobilizaram para garantir longa vida ao Banrisul”, destacou.

O líder sindical lembrou que o hoje governador Sartori promoveu leilões e outras iniciativas, entregando ações do banco a preço de banana, que se não fosse a luta do SindBancários e da Federação teria feito a entrega total do Banrisul aos poucos, através de leilões com fortes indícios de irregularidades. Gimenis apontou ainda: "No quadro de profunda crise em que o Rio Grande do Sul hoje está mergulhado, é fundamental a existência de um sistema financeiro estadual eficiente e forte, incluindo instituições como o Badesul e o BRDE, verdadeiras agências de fomento ao desenvolvimento”.

Candidatos privatistas

Já o diretor da CUT-RS e membro da diretoria do SindBancários, Ademir Wierdecker, explicou: "Hoje só existem cinco bancos estaduais remanescentes no Brasil. E o Banrisul é o maior deles. Mas tudo isso está diretamente ligado aos bancários e bancárias que são os principais responsáveis por esta longa trajetória de 90 anos”. Por isso mesmo, Wierdecker acentuou: "É por isto que nestas eleições não podemos aceitar e nem votar em candidatos privatistas – são todos vinho da mesma pipa”, concluiu.

Denise Falkenberg Corrêa, diretora da Fetrafi-RS, reforçou que os leilões encomendados por Sartori trataram de vender as ações mais rentáveis do Banrisul. "Não foi um bom negócio para o Rio Grande do Sul nem para os trabalhadores do banco”, disse a sindicalista.

Solidariedade

Gimenis também chamou a atenção de que Miguel Rosseto (PT) foi o único candidato a governador que compareceu ao ato em defesa do banco público, em seus 90 anos, embora a manifestação fosse pública e aberta a todos. Além de Rosseto, que manifestou solidariedade e o compromisso de manter o Banrisul público, também passaram pela Praça da Alfândega para se juntarem ao Ato de Aniversário de 90 anos do Banrisul, a candidata ao Senado Abigail Pereira, a vereadora Sofia Cavedon, o deputado federal Henrique Fontana e outras personalidades.
 
Informações: José Antônio da Silva/SindBancários Porto Alegre