Essa mudança de comportamento apareceu muito claramente no discurso dos colegas e ficou ainda mais evidente durante o Encontro Estadual dos Banco Privados, ocorrido, no último dia 19 de maio, na Casa dos Bancários. E, como quem avisa amigo é, coisa que o Bradesco não tem sido com os seus funcionários, os colegas apontaram para resistir e se mobilizar para manter direitos na Campanha Salarial 2018 que já está em andamento.
Por isso elaboraram um relatório na reunião específica do banco em que chamam a atenção para aspectos decisivos para a qualidade de vida e produtividade e que deverão ser apresentadas na Conferência Nacional de 7 a 10 de junho em São Paulo. Tem colega adoecendo no Bradesco por causa do acúmulo de função. Não há reposição de novos quadros e, para piorar, as metas crescem com o adoecimento. E o plano de saúde deixou de ser para todos.
O banco lançou PDVs e, como há muito colega adoecido afastado, contratou muito menos do que é necessário novos funcionários. O efeito disso é sobrecarga e um apagão de mão de obra. E o que o Bradesco faz? Com que os bancários desempenhem múltiplas funções. O acúmulo de tarefas vira desvio de função e o supervisor pode virar caixa. Que, por sua vez, também pode vender uns produtos. E as funções administrativas e de operação já são vistas pela diretoria do banco como "a mesma coisa”.
Demora nas promoções
Todo esse comportamento dos banqueiros do Bradesco está diretamente ligado à reforma trabalhista. É tempo de golpe nos direitos dos trabalhadores que vai exigir muita participação de todos nós na Campanha Salarial 2018. Porque o Bradesco não apenas está demitindo, mas está segurando as promoções e, quando demite, não respeita nem os colegas que estão naquela fase de pré-aposentadoria.
O diretor da Fetrafi-RS, Edson Ramos da Rocha, conta que as queixas dos trabalhadores estão diretamente ligadas às mudanças (= perda de direitos) a partir da reforma trabalhista. "A participação dos colegas foi muito boa no nosso encontro. Já percebemos que essa Campanha Salarial será de muita participação. O pessoal está se dando conta de que, se não participar, a retirada de direitos irá se aprofundar”, explica Edson.
O diretor quer dizer que estão em risco os direitos que os bancários conquistaram com muita luta, caso o Acordo Coletivo Nacional , de 2016, válido por dois anos, não seja renovado na mesa de negociação com a Fenaban, até 31 de agosto. PLR, vales e outros benefícios, como o piso nacional, estão em risco com o fim da ultratividade, quer dizer, a garantia de que os direitos continuem valendo enquanto o Acordo Coletivo Nacional não é assinado na mesa de negociação com a Fenaban em 2018.
Assédio moral
A cereja do bolo dos ataques que o Bradesco pratica contra os funcionários do banco vem sob a forma da velha prática equivocada para impor produtividade. Em vez de motivar, o Bradesco cobra metas abusivas mediante assédio moral. E, claro, os bancários acabamo adoecidos. E, em vez de melhorar as condições de trabalho, sabe qual é a solução adotada pelo Bradesco? Descredenciar os colegas, principalemente os que trabalham no interior, do plano de saúde. O pacote de retrocessos está completo no Bradesco. Resta a n[os, bancários, denunciar e mudar essa forma de explorar a gente.
Fonte: Imprensa SindBancários |