Bancos | 28/05/2018 | 18:05:17
Encontro dos colegas do Bradesco expõe aplicação do pacote completo de retrocessos
Encontro aconteceu no dia 19 de maio, no SindBancários, em Porto Alegre.
 
 
A direção do Bradesco resolveu, ela mesmo, atacar aquela imagem que se tem do Bradesco de ser, dos bancos privados, aquele que mais investe na qualidade de relacionamento entre os funcionários. Tudo bem que estamos falando de banqueiros e isto é muito relativo. Mas, desde que a Reforma Trabalhista passou a vigorar como a Lei 13.467, em novembro passado, o Bradesco virou a chave.
Essa mudança de comportamento apareceu muito claramente no discurso dos colegas e ficou ainda mais evidente durante o Encontro Estadual dos Banco Privados, ocorrido, no último dia 19 de maio, na Casa dos Bancários. E, como quem avisa amigo é, coisa que o Bradesco não tem sido com os seus funcionários, os colegas apontaram para resistir e se mobilizar para manter direitos na Campanha Salarial 2018 que já está em andamento.

Por isso elaboraram um relatório na reunião específica do banco em que chamam a atenção para aspectos decisivos para a qualidade de vida e produtividade e que deverão ser apresentadas na Conferência Nacional de 7 a 10 de junho em São Paulo. Tem colega adoecendo no Bradesco por causa do acúmulo de função. Não há reposição de novos quadros e, para piorar, as metas crescem com o adoecimento. E o plano de saúde deixou de ser para todos.

O banco lançou PDVs e, como há muito colega adoecido afastado, contratou muito menos do que é necessário novos funcionários. O efeito disso é sobrecarga e um apagão de mão de obra. E o que o Bradesco faz? Com que os bancários desempenhem múltiplas funções. O acúmulo de tarefas vira desvio de função e o supervisor pode virar caixa. Que, por sua vez, também pode vender uns produtos. E as funções administrativas e de operação já são vistas pela diretoria do banco como "a mesma coisa”.

Demora nas promoções

Todo esse comportamento dos banqueiros do Bradesco está diretamente ligado à reforma trabalhista. É tempo de golpe nos direitos dos trabalhadores que vai exigir muita participação de todos nós na Campanha Salarial 2018. Porque o Bradesco não apenas está demitindo, mas está segurando as promoções e, quando demite, não respeita nem os colegas que estão naquela fase de pré-aposentadoria.

O diretor da Fetrafi-RS, Edson Ramos da Rocha, conta que as queixas dos trabalhadores estão diretamente ligadas às mudanças (= perda de direitos) a partir da reforma trabalhista. "A participação dos colegas foi muito boa no nosso encontro. Já percebemos que essa Campanha Salarial será de muita participação. O pessoal está se dando conta de que, se não participar, a retirada de direitos irá se aprofundar”, explica Edson.

O diretor quer dizer que estão em risco os direitos que os bancários conquistaram com muita luta, caso o Acordo Coletivo Nacional , de 2016, válido por dois anos, não seja renovado na mesa de negociação com a Fenaban, até 31 de agosto. PLR, vales e outros benefícios, como o piso nacional, estão em risco com o fim da ultratividade, quer dizer, a garantia de que os direitos continuem valendo enquanto o Acordo Coletivo Nacional não é assinado na mesa de negociação com a Fenaban em 2018.

Assédio moral

A cereja do bolo dos ataques que o Bradesco pratica contra os funcionários do banco vem sob a forma da velha prática equivocada para impor produtividade. Em vez de motivar, o Bradesco cobra metas abusivas mediante assédio moral. E, claro, os bancários acabamo adoecidos. E, em vez de melhorar as condições de trabalho, sabe qual é a solução adotada pelo Bradesco? Descredenciar os colegas, principalemente os que trabalham no interior, do plano de saúde. O pacote de retrocessos está completo no Bradesco. Resta a n[os, bancários, denunciar e mudar essa forma de explorar a gente.

Fonte: Imprensa SindBancários