Bancos | 07/12/2017 | 12:12:31
Valeu a luta: Caixa continua pública
Reunido nesta quinta-feira, dia 7, Conselho de Administração da Caixa decidiu por retirar ameaça de tornar banco sociedade anônima.
 
Pela segunda vez, em pouco mais de um ano, os empregados da Caixa e suas entidades representativas conseguiram afastar o perigo de que o banco se transforme em uma sociedade anônima. Na reunião do Conselho de Administração que ocorreu nesta quinta, dia 7, o item que propunha a transformação do banco em S/A foi excluído do texto a ser votado. O estatuto agora segue para aprovação de órgãos reguladores para só depois ser publicado.
"Tivemos uma grande conquista, e ela só vem comprovar como é necessário acreditar na luta e ampliar nossa união em defesa da Caixa pública e seus trabalhadores”, afirma a representante dos empregados no CA, Rita Serrano. Ela destaca como fatores decisivos para a vitória a mobilização de empregados, entidades sindicais e associativas, parlamentares e movimentos sociais organizados, e a importância da posição da direção da Caixa, também contrária à transformação do banco em sociedade anônima.
 
Assista ao depoimento de Rita Serrano em https://goo.gl/XshcpM.

O embate, vitorioso para os empregados e a sociedade brasileira, também vem confirmar a importância da eleição de representantes dos trabalhadores nos conselhos das empresas, pois, mesmo em minoria, é possível promover o debate e influenciar nas decisões. "Do contrário, pautas significativas como essa, que interferem negativamente no papel social do banco, podem nem chegar ao conhecimento dos empregados e da população em geral”, aponta a conselheira que representa os 90 mil empregados do banco.

Histórico

A mobilização para evitar que a Caixa se tornasse S/A vem desde o Projeto de Lei do Senado (PLS) 555. À época, uma grande mobilização nacional envolveu empregados de empresas públicas e representantes dos movimentos associativo, sindical e social e afastou essa ameça do Estatuto das Estatais. Mais recentemente, como a possibilidade foi retomada pelo governo, audiências públicas em casas legislativas e discussões nos locais de trabalho e sindicatos já vinham alertando para os riscos de uma Caixa transformada em sociedade anônima, abrindo seu capital ou, ainda, sendo privatizada.