O Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu nesta terça-feira, dia 24, em Curitiba. Na pauta, o impacto da reforma trabalhista na saúde do trabalhador. Entre os muitos pontos tratados destacam-se a análise dos adoecimentos, prevenção nos conflitos de trabalho e a cobrança de metas abusivas. "A Fenaban e os bancos não estão preocupados com a saúde do trabalhador, nem com políticas de prevenção, se preocupam apenas com a gestão dos afastamentos, ferindo os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana. Em tempos de volta do trabalho escravo, a discussão sobre saúde e direitos humanos é urgente” alerta o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale. |
As
negociações coletivas sobre as cláusulas de saúde, neste ano, já começaram em
agosto e também já findaram. O cenário, diante da reforma trabalhista,
dificultou o diálogo com os representantes da Fenaban. Do ano passado, ficou
pendente a ratificação da cláusula 65 da CCT, que trata sobre o pagamento do
adiantamento emergencial, porém os bancos insistem em divulgar ranking e o movimento sindical não
aceita por considerar um instrumento de assédio moral. O representante da
Fetrafi/RS e Dirigente do Sindbancarios Porto Alegre, Eduardo Munhoz Baptista,
pediu transparência com os dados dos bancos sobre os afastamentos para
tratamentos de saúde, algo que os bancos negam. "É direito de todo trabalhador
e do sindicato saber como anda a saúde da categoria, para podermos agir na
prevenção. Divulgar ranking de vendas
é retrocesso, a cobrança de metas abusivas é que gera o adoecimento! Não
podemos e não vamos permitir”, afirma.
Durante o
encontro, os representantes dos trabalhadores refutaram a atitude dos bancos em
descumprir muitas cláusulas deste tema e em tratar a questão da saúde como
individualizada, e apontam que a questão do adoecimento mental e de ler/dort é
comprovadamente doença laboral e portanto deve ser discutida coletivamente. "O
direito à saúde é assegurado pela Constituição Federal, e apesar da retirada de
direitos promovida por um governo ilegítimo, o Movimento Sindical resiste aos
constantes ataques e busca a proteção desse direito previsto na Carta
Magna" conclui Previtale. |