Análise feita pelo Dieese, a partir do balanço divulgado,
observa ainda que o desempenho operacional do banco mostra que a queda no lucro
(líquido e recorrente de R$ 298 milhões) foi um resultado contábil decorrente
da baixa utilização de créditos tributários, fato observado em todos os maiores
bancos brasileiros.
"A queda foi meramente contábil. Por efeito da menor
injeção de créditos tributários no ano. Portanto, não dá para afirmar que essa
redução seja de responsabilidade dos trabalhadores do banco, diante de um
desempenho operacional com crescimento tão expressivo (mais de 270%) e diante
de melhoras em todos os indicadores, sejam patrimoniais como os de
resultado", explica Vívian Rodrigues, economista da Subseção dos Dieese,
na Contraf-CUT/SP.
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Dionísio Reis Siqueira, coordenador da CEE/Caixa, o banco
poderia recompensar os empregados se fizesse o cálculo da distribuição sobre o
lucro recorrente. "Nós vamos apresentar essa proposta. Vamos também cobrar a
projeção absurda do balaço divulgada no ano passado. Temos de exigir
transparência em todos os processos que atinjam os empregados”, garantiu.
Dionísio lembra que outra reivindicação é a contratação de
mais empregados já. "Depois do PDVE, a sobrecarga de trabalho aumentou. Temos
que ter mais trabalhadores, para atender melhor à população. Temos de defender
o Saúde Caixa e cobrar a respeito do comunicado divulgado nesta segunda-feira
(3), com informações mentirosas sobre a responsabilidade do movimento sindical
nos resultados negativo.”
Dia 28 de abril: Greve Geral!
Ele ainda lembrou que os bancários vão estar presente nas
manifestações do dia 28 de abril. "Vamos as ruas em defesa das nossas
aposentadorias, por nenhum direito a menos e em defesa dos bancos públicos. Os
sindicatos já estão orientados a debater com os empregados da Caixa a campanha
em defesa Caixa 100% pública! ”
PLR
Como a primeira parcela da PLR de 60% do total a ser
recebido foi calculada com base no lucro estimado de R$ 6,7 bilhões, Dionísio
Reis, coordenador da CEE/Caixa, ressalta que o banco deve explicações sobre o
cálculo da PLR, paga pelo banco nesta quinta-feira (30).
"Caberia ao banco fazer o pagamento da diferença da PLR em
cima do resultado operacional, que teve um aumento de 271,7%, tendo em vista
que são os esforços dos trabalhadores que geram estes resultados. O lucro
divulgado foi muito abaixo do projeto e a Caixa precisa explicar o que
aconteceu”, reforça.
Desmonte
Além de apresentar resultados bem diferentes das projeções
anunciadas no ano passado, o presidente da instituição, Gilberto Occhi, disse,
durante divulgação do balanço, que cerca de 100 a 120 unidades deficitárias
passarão por uma "intervenção" neste ano. Segundo ele, as
alternativas são fechamento, fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento
para outro local. Occhi revelou ainda que o processo deve ser iniciado ao fim
do processo de demissão voluntária (PDV), no qual ele calcula a adesão de 5 mil
funcionários.
"Na reunião com a Caixa também vamos contestar o claro
desmonte do banco, que está sendo colocado em prática neste governo golpista de
Temer. A nossa resistência deve priorizar a defesa da Caixa 100% pública e
intensificar ainda mais a luta contra as demissões arbitrárias e contra o
fechamento de postos de trabalho”, destaca Dionísio. "No acordo assinado com a
Caixa, o modelo de custeio do Saúde Caixa vai até 2018, ou seja, a Caixa não
pode fazer nenhum alteração até lá”, completou.
A reunião marcada com o banco também irá discutir a
implementação urgente das alterações discutidas no RH 184, PSI (banco de
oportunidades será suspenso dia 9 de abril para auxiliar, assistente,
supervisor) e questões sobre o instrumento de combate ao assédio moral.
*Contraf-CUT
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