Os dados dessa pesquisa vão fazer
parte de um laudo técnico nacional sobre a atividade e visa reivindicar
valorização profissional e melhorias nas condições de saúde do trabalhador,
diferentemente do método utilizado pelo banco, que tolera níveis elevados de
absorção de gases ácidos.
O prazo indicado para envio à Contraf/CUT dos questionários respondidos é 20 de
março. É que, no mês de abril, a direção da empresa mais uma vez ameaça retirar
dos profissionais o adicional de insalubridade, fato que tem sido contestado
pelas entidades representativas, com o exercício de pressões sucessivas e
permanentes, a exemplo das mobilizações que têm sido realizadas desde julho do
ano passado, quando a empresa começou a ventilar a hipótese do fim do
benefício.
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, defende mais respeito e condições
dignas de trabalho para os avaliadores de penhor. Segundo ele, enquanto essa
conquista não é alcançada, é arbitrário suspender o adicional de insalubridade
desses profissionais. "Reivindicamos tempo para que sejam contratadas perícias
técnicas, a fim de que os locais de trabalho possam ser melhores avaliados”,
ressalta.
Para Jair Ferreira, o respeito aos avaliadores de penhor se relaciona
diretamente a fatores como a retomada das contratações e melhores condições de
trabalho, "constituindo-se essa uma luta de todos os empregados da Caixa”. E
acrescenta: "Não serão apenas os avaliadores de penhor os beneficiados com as
melhorias nos ambientes em que as operações são realizadas, mas milhares de
cidadãos brasileiros que recorrem ao serviço Brasil afora”.
Histórico sucinto
A atividade de penhor é uma das mais antigas da Caixa Econômica Federal e
confunde-se com a fundação da instituição, em 1861. Também é rentável e
representa mais de 30% das receitas. O serviço, prestado exclusivamente pelo
banco, atrai cada vez mais clientes de baixa renda. Antigamente, porém, as
operações eram feitas por casas privadas, que cobravam juros extorsivos e
impunham cláusulas abusivas.
Atualmente, a Caixa conta com aproximadamente 900 trabalhadores que atuam no
setor. Em torno de R$ 352 (hoje), o valor do adicional de insalubridade é pago
há mais de 40 anos, em razão dos riscos à saúde gerados pela manipulação de
produtos químicos. O imbróglio foi estabelecido tão logo o banco passou a
divulgar a tese de que os locais de trabalho são adequados, embora os relatos
dos avaliadores mostrem exatamente o contrário.
*Fenae |