A proposta
oferecida pelos banqueiros de reajuste abaixo da inflação e com abono foi
rejeitada pelas assembleias da categoria, mantendo os trabalhadores na greve em
todo o país. Os bancários lutam por salários melhores, PLR digna, respeito ao
emprego e condições de trabalho decentes.
Pressão dos
bancos
Na última
sexta-feira (16), os bancos lançaram uma ofensiva com práticas antissindicais, pressionando os funcionários para o retorno imediato ao trabalho. Diversos
sindicatos registraram denúncias contra Bradesco, Itaú e Santander, informando que as diretorias destes bancos estão enviando e-mails, sms e
realizando videoconferências para coagir os gestores. Os sindicatos reagiram
imediatamente, reforçando a mobilização nas agências. Isso resultou em maior
adesão de bancários e apoio da população.
Veja a Carta
Aberta do Comando Nacional dos Bancários:
Bancários em greve, a culpa é dos banqueiros!
Os
banqueiros são os maiores responsáveis pela paralisação da categoria. Os
trabalhadores cruzam os braços contra o descaso dos banqueiros que insistem em
desvalorizar os maiores responsáveis pelos seus elevados lucros, os bancários.
A greve é um instrumento de luta dos trabalhadores. Os braços se cruzam contra
a desvalorização salarial, metas abusivas, assédio moral, péssimas condições de
trabalho, a onda de demissões, entre outras tantas mazelas sem respostas.
Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas de 2,39% aos
bancários, e ainda, desvalorizar os funcionários, sem atender às demais
reivindicações como condições de trabalho, saúde, segurança, igualdade de
oportunidades e garantia de emprego. Temas que os banqueiros simplesmente
desprezaram até agora.
Após intensos debates, durante as rodadas de negociações com o Comando Nacional
dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos insiste na proposta rebaixada
com reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$3,3 mil, sem
compromisso com emprego da categoria. Não houve nenhuma mudança, sequer, na
proposta apresentada no último dia 9 de setembro, a qual está muito distante
das reivindicações dos trabalhadores.
Ganância com taxas e juros altos - A população só tem a perder com a
ganância dos banqueiros. A ambição dos bancos é tanta que além de não
apresentar salário decente e um atendimento de qualidade, eles ainda cobram dos
clientes altíssimas taxas de juros e tarifas.
A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com
dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última
pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com
taxa de juros de 470,7% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos
percentuais.
Lucros nas alturas - Vale ressaltar que nesta novela de descaso,
enquanto o lucro se encontra nas alturas o emprego só diminui. Com números
exorbitantes, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil,
Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas,
por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete
meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
Campeões em mau atendimento - Quem depende dos bancos, sabe que as
reclamações são inúmeras, filas imensas, falta de funcionários, problemas com a
falta de segurança, entre tantos outros. No ranking das maiores reclamações
entre os consumidores brasileiros, o sistema financeiro ocupa a segunda
posição. No total, o BC recebeu 5.927 reclamações no período.
Só a luta garante direitos e avanços.
Comando
Nacional dos Bancários  *Comunicação/Fetrafi-RS Foto: Sindicato dos Bancários de Soledade |