Direito do Trabalhador | 22/07/2016 | 16:07:40
Bancários lançam Campanha em Defesa dos Direitos com caminhada e ato público
Fetrafi-RS e sindicatos mobilizam categoria para enfrentar ataques aos trabalhadores
 
 

A luta em defesa dos direitos dos trabalhadores ganhou um novo fórum de resistência nesta sexta-feira (22). Fetrafi-RS, SindBancários e Sindicatos do Interior lançaram a Campanha em Defesa dos Direitos no fim da manhã, com caminhada pelo Centro de Porto Alegre e ato em frente à Agência do Instituto Nacional de Seguridade Social. Durante o trajeto pelas ruas Coronel Fernando Machado, Borges de Medeiros, Riachuelo, Caldas Júnior, Siqueira Campos e Uruguai, dirigentes sindicais denunciaram os ataques iminentes aos direitos trabalhistas, gestados pelo governo interino de Michel Temer.


O objetivo da Campanha é despertar bancários e trabalhadores em geral para a importância da luta coletiva neste momento de resistência. A Campanha também estimula a participação efetiva da categoria no enfrentamento à política de precarização e corte de direitos.

As conquistas garantidas através da CLT estão em risco graças a projetos em andamento no Congresso e no Senado Federal. Além da flexibilização, estas medidas extinguem direitos conquistados com muita luta pela classe trabalhadora brasileira ao longo das últimas décadas. Entre as mais nefastas propostas estão a terceirização das atividades fim, que irá precarizar as condições de trabalho e acabar com a organização das categorias. Outra proposta crucial para os trabalhadores está relacionada à reforma da Previdência, com aumento da idade para aposentadoria e extinção do benefício mínimo.

A caminhada de lançamento da Campanha foi encerrada com as manifestações do diretor da Contraf/CUT, Mauro Salles, do presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo e do diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Baes Bacelo, em frente ao INSS. Os sindicalistas destacaram que somente a luta unificada de todas as categorias pode evitar os retrocessos previstos para o período pós-eleições municipais.

O teor do Golpe

"O golpista do Temer tem um objetivo que é de serviço às elites e aos grandes empresários sonegadores, atacando os direitos dos trabalhadores. O desmonte já aconteceu com a extinção do Ministério da Previdência, que administrava 21% da receita nacional. Este dinheiro foi colocado no caixa comum e vocês sabem o que acontece. Aí paga se tiver dinheiro e se não tiver dinheiro, não paga. Nós não vamos ver isso no Fantástico porque a Rede Globo está junto no golpe. O ataque está vindo no varejo. Até as eleições de outubro eles não vão colocar isso no papel, mas ele já está acontecendo através das demissões”, afirmou o presidente da CUT/RS.

"Os bancários começam a se levantar”, apontou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, ao elogiar a campanha lançada pela Fetrafi-RS e sindicatos filiados. Segundo ele, "não é verdade que tudo está bem, pois o setor financeiro drena a produtividade e a renda do país e não repassa para a categoria e a sociedade. Os ataques à Previdência, à CLT e à Justiça do Trabalho visam desmontar o legado de proteção social. "Isso não é pouca coisa”, disse Claudir. Ele alertou que "eles querem arrancar o couro do trabalhador” ao denunciar que "os lacaios do golpe estão convocando mais de 500 mil trabalhadores doentes para serem examinados por peritos, que mal olham para a pessoa, mas que irão receber R$ 60 para cada revisão”.

Mais desafios

"Hoje é só o lançamento da nossa campanha e escolhemos encerrar aqui em frente à Previdência Social para mostrar que os ataques já começaram, seja com a extinção do ministério, seja na reconvocação daqueles que provaram os agravos do trabalho e agora não têm o reconhecido o adoecimento. Os golpistas mentem diariamente quando dizem que a previdência tem déficit e por isso é preciso fazer a reforma. Todos os especialistas, inclusive auditores da Receita afirmam que a previdência não tem déficit, mas o que existe é a utilização de recursos para gestão de outras áreas pelo Governo federal”, enfatizou o diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo.

Luta coletiva

"Temos uma campanha salarial pela frente, mas essa campanha em defesa de direitos terá maior fôlego e precisamos mostrar a esse presidente golpista, que ele não vencerá a resistência da classe trabalhadora. Nós aprendemos que a luta coletiva é que garantiu os nossos direitos. A luta coletiva não permitiu que os banqueiros arrochassem os nossos salários e será a luta da classe trabalhadora que vai resistir e derrotar esta visão de que nós temos que pagar pela crise. Que os bancos paguem pela crise! Que os ricos paguem pela crise, mas não a classe trabalhadora. A Campanha está lançada. Esperamos que cada um, cada uma seja responsável para que esta campanha chegue a todas as cidades, em todos os locais de trabalho, para que cative os bancários e nos tornemos milhares. Então junto com as demais categorias criaremos a grande resistência neste país pela manutenção dos nossos direitos”, finalizou o dirigente da Federação.

*Comunicação/Fetrafi-RS