A luta contra as reformas e por Diretas remete ao
período de 1985, quando o consenso na classe trabalhadora era
restabelecer a democracia após 21 anos de ditadura empresarial e
militar.
O paralelo entre os dois períodos históricos – a saída
do autoritarismo e a atual ameaça de retorno a ele, por meio do eleição
indireta e do avanço da perda de direitos – está na fala de
especialistas ouvidos pelo programa Extra-Classe Greve Geral e Diretas
Já, produzido pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais.
Em sua participação, o professor de Ciência Política da
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) destaca que o Brasil vive governado por empresas, e
não por políticos. E que, embora se fale pouco a respeito, a corrupção
começa com o patrão.Â
"O patrão corrompe o político e rouba do povo o direito de ser representado por um politico", diz.
Horta lembra ainda a falta de discussão de saídas para
crise do financiamento da Previdência, que é usada como argumento para
as reformas. "Ninguém fala a respeito de imposto sobre grandes fortunas e
muito menos sobre as dívidas astronômicas de bancos e empresas, como a
JBS. Por que não forçam primeiro o pagamento dessas dívidas antes de
falar em tirar direitos da classe trabalhadora?"
Participam ainda a advogada Hellen Hazan, da Associação
Mineira de Advogados Trabalhistas. Ela lembra que "estamos sendo
governados por empresas que têm um programa de desmonte total de
direitos”. Com isso, acrescenta, "a jornada poderá ser de 12h a 16h por
dia, 15 minutos de almoço, não vai ter 13º salário, entre outras
barbaridades."
Já Jorge Souto Maior, professor de Direito Trabalhista
da Universidade de São Paulo, afirma que a terceirização ilimitada só
pode trazer "maior sofrimento à classe trabalhadora, além de piorar o
nível de emprego, precarizando as relações de trabalho”. *RBA |